A literatura é um universo vasto e diversificado, repleto de gêneros e subgêneros que às vezes podem nos deixar um pouco perdidos. Como diferenciar alta, baixa e média fantasia? O que exatamente é romantasia ou healing literature? Muitos desses subgêneros surgiram recentemente, o que torna ainda mais difícil acompanhar, pelo menos pra mim.

Este quase guia foi criado para ajudar a explorar e entender os principais gêneros literários, pelo menos o basiquinho pra ajudar a se encontrar pela internet a fora. Mas primeiro vamos entender:

O que são os gêneros literários?

Segundo Daniela Diana, (Professora licenciada em Letras), pelo site Toda Matéria: “Os gêneros literários são categorias que organizam todos os tipos de textos literários pelas semelhanças formais, estruturais e temáticas que eles possuem.”

Para complementar essa definição, Márcia Fernandes, professora de Língua Portuguesa e Literatura, também no site Toda Matéria, explica que: “Gêneros textuais são as diferentes formas de texto usadas para transmitir as mensagens que pretendemos aos seus receptores. São exemplos de gêneros textuais: crônicas, contos, notícias, bilhetes, listas de compras e receitas.”

Ela continua: “Os gêneros textuais são classificados conforme a sua função comunicativa. Eles são produzidos com linguagens e estruturas diferentes, ou seja, cada gênero textual recorre a um tipo de texto. Há muitos gêneros textuais, enquanto há cinco tipos de texto: narrativo, descritivo, argumentativo, expositivo e injuntivo.”

Enquanto os gêneros literários organizam as obras pela estrutura e forma, os temas ou subgêneros literários se concentram no conteúdo e nas ideias centrais da história. Ou seja, eles definem o tipo de enredo e os elementos principais da trama. Então, o que a gente costuma chamar de “gêneros” na verdade são, na maior parte das vezes, subgêneros ou temas.

Agora, depois de toda essa explicação que talvez só tenha deixado a gente mais confuso, vamos seguir em frente e continuar com os gêneros literários, okay?

Alguns dos que mais vemos por ai:

Dark Academia

Dark Academia é um subgênero que explora temas de educação clássica, literatura, e arte, com uma estética sombria e gótica. As histórias frequentemente envolvem mistério, assassinato e a exploração de instituições acadêmicas. Exemplos incluem “A História Secreta” de Donna Tartt e “Ninth House” de Leigh Bardugo.

Distopia

A distopia descreve sociedades opressivas, totalitárias ou disfuncionais, frequentemente em um futuro distante ou alternativo. Geralmente abordam temas de controle governamental, vigilância e desigualdade extrema. Exemplos: 1984 (George Orwell), Jogos Vorazes (Suzanne Collins).

Fantasia

Fantasia é um gênero que envolve elementos mágicos e sobrenaturais que não existem no mundo real. Pode incluir uma variedade de subgêneros, como alta fantasia e baixa fantasia, e frequentemente apresenta criaturas míticas, mundos inventados, e magias. Exemplos incluem “As Crônicas de Nárnia” de C.S. Lewis.

Dentro desse gênero, temos algumas subdivisões:

Fantasia Paranormal: Mistura elementos de fantasia com temas sobrenaturais, como fantasmas, poderes psíquicos, ou eventos inexplicáveis, geralmente ambientados em cenários contemporâneos. Exemplos incluem “Crepúsculo” de Stephenie Meyer e “Os Instrumentos Mortais” de Cassandra Clare.

Alta Fantasia (High Fantasy): Ambientada em mundos completamente fictícios, com regras próprias de magia, raças fantásticas e geografias complexas. Exemplos incluem “O Senhor dos Anéis” de J.R.R. Tolkien e “A Crônica do Matador do Rei” de Patrick Rothfuss.

Baixa Fantasia (Low Fantasy): Ocorre em um ambiente muito semelhante ao nosso mundo, com a adição de elementos fantásticos. Pode incluir histórias urbanas com magia oculta ou mitologia inserida na realidade. Exemplos incluem “Harry Potter” de J.K. Rowling e “As Crônicas de Nárnia” de C.S. Lewis.

Fantasia Heroica: Centrada em heróis que embarcam em jornadas épicas e enfrentam desafios monumentais. Geralmente, envolve batalhas épicas e a luta entre o bem e o mal. Exemplos incluem muitas das obras de fantasia clássica e épicos mitológicos.

Fantasia Urbana: Situada em cenários urbanos contemporâneos ou históricos, com elementos sobrenaturais, como vampiros, lobisomens, ou bruxos que vivem entre humanos. Exemplos incluem “Instrumentos Mortais” de Cassandra Clare e “Neverwhere” de Neil Gaiman.

Fantasia Científica (Steampunk): Combina elementos de ficção científica com uma estética do século 19, frequentemente envolvendo tecnologias movidas a vapor e sociedades alternativas. Exemplos incluem “A Liga Extraordinária” de Alan Moore e “Máquinas Infernais” de Philip Reeve.

Fantasia Romântica: Foca nos elementos românticos e emocionais, onde o romance entre personagens é o foco principal, muitas vezes misturado com magia e aventuras. Exemplos incluem “Feitiço” de Nora Roberts e “Como Água Para Chocolate” de Laura Esquivel.

Fantasia Mitológica: Baseia-se em mitos e lendas de culturas específicas, reimaginando histórias clássicas ou criando novas narrativas inspiradas em folclore e mitologia. Exemplos incluem “Percy Jackson e os Olimpianos” de Rick Riordan e “Deuses Americanos” de Neil Gaiman.

Fantasia Histórica: Situada em períodos históricos reais, mas com elementos fantásticos adicionados, como magia, criaturas míticas ou eventos sobrenaturais. Exemplos incluem “Jonathan Strange & Mr Norrell” de Susanna Clarke e “The Golem and the Jinni” de Helene Wecker.

Fantasia de Portal: Envolve personagens que viajam entre diferentes mundos ou realidades através de portais mágicos ou outros meios de transporte interdimensional. Exemplos incluem “As Crônicas de Nárnia” de C.S. Lewis e “O Mágico de Oz” de L. Frank Baum.

Fantasia Cultural: Explora mundos e culturas inspirados em contextos étnicos ou históricos específicos, incorporando elementos culturais únicos e mitologia própria. Exemplos incluem “A Fúria e a Aurora” de Renée Ahdieh e “The Poppy War” de R.F. Kuang.

Ficção Científica

Ficção científica é um gênero que explora conceitos avançados de ciência e tecnologia, muitas vezes situados no futuro ou em outros planetas. As histórias podem incluir temas como viagens espaciais, inteligência artificial, e futuros distópicos. Exemplos incluem “Duna” de Frank Herbert e “Neuromancer” de William Gibson.

Healing Fiction – Ficção de cura

Healing fiction é um subgênero focado em histórias que promovem a cura emocional e mental dos personagens. As narrativas frequentemente exploram temas de trauma, crescimento pessoal, e resiliência, proporcionando uma leitura reconfortante e inspiradora. Como por exemplo: Bem-vindos à livraria Hyunam-dong, de  Hwang Bo-Reum. Meus dias na livraria Morisaki, de Satoshi Yagisawa, e A lanterna das memórias perdidas de Sanaka Hiiragi.

Mistério

O gênero mistério gira em torno de crimes, enigmas ou eventos inexplicáveis que precisam ser resolvidos, geralmente por um detetive ou investigador. A narrativa frequentemente mantém o leitor adivinhando até a revelação final. Exemplos incluem os romances de Agatha Christie e Arthur Conan Doyle.

Romance

Romance é um gênero centrado em relacionamentos amorosos entre personagens, com foco em seus sentimentos e desenvolvimento emocional. Os romances geralmente têm um final feliz ou satisfatório. Exemplos incluem “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen e “O Morro dos Ventos Uivantes” de Emily Brontë.

Suspense e Thriller

A diferença entre thriller e suspense pode ser sutil, pois ambos os gêneros compartilham características semelhantes e muitas vezes são usados ​​como sinônimos. No entanto, há nuances que distinguem um do outro:

  1. Suspense:
    • O suspense é mais focado na criação de uma atmosfera de tensão e expectativa. É caracterizado pela incerteza e pela antecipação do leitor em relação aos eventos que estão por vir.
    • O principal objetivo do suspense é manter o leitor interessado e intrigado, muitas vezes através de mistérios não resolvidos, ameaças iminentes ou situações de perigo.
    • Exemplos de obras de suspense incluem “O Iluminado” de Stephen King e “A Garota no Trem” de Paula Hawkins.
  2. Thriller:
    • O thriller também incorpora elementos de suspense, mas tende a enfatizar a ação e a tensão emocional de uma maneira mais dinâmica e intensa.
    • Geralmente, um thriller envolve um conflito central que coloca os personagens principais em situações de vida ou morte, perseguições frenéticas, reviravoltas surpreendentes e confrontos diretos com o antagonista.
    • Exemplos de thrillers são “O Código Da Vinci” de Dan Brown e “O Silêncio dos Inocentes” de Thomas Harris.

Em resumo, enquanto o suspense se concentra mais na construção gradual de tensão e mistério, o thriller amplifica essa tensão através de eventos dramáticos e ações decisivas que mantêm os leitores à beira de seus assentos. Ambos os gêneros frequentemente se sobrepõem e podem coexistir em uma mesma obra, proporcionando uma experiência emocionante e cativante para o público.

Terror – Horror

Terror é um gênero que busca provocar medo, horror e suspense nos leitores. As histórias frequentemente envolvem elementos sobrenaturais, monstros, e situações macabras. Exemplos incluem “O Iluminado” de Stephen King e “Drácula” de Bram Stoker.

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