A canção dos ossos

Contextualização

O que dizer sobre esse livro além de que lê-lo foi uma experiência COMPLETA? Na verdade, eu tenho muito mesmo o que dizer, porque no final das contas, eu nem estaria aqui se não tivesse. Mas enfim, vamos começar por uma breve contextualização do livro “Canção dos Ossos”.

“Canção dos Ossos” é um romance gótico e sáfico, que é inspirado na obra clássica “o fantasma da ópera”. Ambientado no cenário dark academy, o livro destaca-se pela originalidade e profundidade com que explora seus temas e personagens, além de nos apresentar uma alta fantasia, onde a magia é feita através da música. Sim, é isso mesmo, a magia no mundo é definida por 5 ressonâncias diferentes.

Ressonâncias no Mundo de Canção dos Ossos

Ressonância Sanguínea: Responsável por manipular a mente e o corpo humano, é o “braço da saúde” do império, lidando também com as aplicações mais sombrias.

Ressonância de Potência: Instrumentos de corda como violinos, violoncelos, contrabaixos e harpas criam e removem energia da matéria, sendo responsáveis por tudo que necessita de combustível e explosão.

Ressonância de Matéria: Percussões como tímpanos, triângulos e pratos manipulam o que é sólido, dividindo, unindo e transformando materiais básicos. Essencial para a infraestrutura do império, é sempre presente em feitiços de construção.

Ressonância Motriz: Instrumentos de metal como trompetes, trombones e tubas aceleram ou desaceleram corpos, sendo o braço militar do imperador.

Ressonância Natural: Feita com madeiras como flautas, oboés e clarinetes, interage com a flora e é essencial na construção das estações do ano.

Mas além dessas ressonâncias, existe uma chamada “Intenção”, onde as prodígios (cantoras), são responsáveis por dar caminho à toda magia, e definir seus efeitos. Um fato interessante é que é uma magia impossível de ser aprendida, ou uma prodígio nasce com o talento, ou morre tentando conquistá-lo.

Sobre a escrita

Giu Domingues se entregou de corpo e alma na escrita deste livro, não apenas trazendo uma narrativa de criação emocionante (leia os agradecimentos), mas também oferecendo uma prosa madura repleta de sutilezas surpreendentes.

Importante ressaltar mesmo para os entusiastas ávidos de fantasia, “Canção dos Ossos” não segue os padrões comuns ou previsíveis. As páginas desta obra me proporcionaram sensações únicas e inesperadas, mesmo sendo familiarizada com o gênero.

Ao longo da leitura, é possível notar algumas repetições de termos específicos, que podem ser um pequeno incômodo, porém não comprometem a narrativa nem sua fluidez.

Os capítulos são bem estruturados, com um desenvolvimento envolvente da trama, tornando o livro difícil de largar (é sério, eu li em dois dias). “Canção dos Ossos” não apenas te faz viajar e se sentir imerso num mundo de fantasia, mas também suscita reflexões profundas sobre ambição, lealdade, amor, família e outros temas interessantes.

Giu Domingues equilibra habilmente elementos de suspense, romance, emoção, terror e esperança. Vale destacar que a escrita é rica em descrições sinestésicas, com referências a sons e instrumentos, com cheiros e texturas, para aqueles menos familiarizados com música, isso pode representar um desafio inicial, mas à medida que a história se desenrola, todas as nuances se tornam claras e significativas.

Sobre as personagens

As personagens de Canção dos Ossos são profundas e frequentemente intragáveis, movidas por emoções humanas como ódio, inveja e ciúmes.

No entanto, a escrita de Giu Domingues permite uma compreensão das dualidades e nuances dentro de cada uma, refletindo as complexidades da vida real (isso não foi suficiente para me fazer gostar de algumas delas, algumas eu simplesmente odiei e continuarei odiando para sempre, obrigada).

O livro tem um crescente conflito entre as personagens, com uma tensão contínua e presente, que se intensifica pelos temas abordados por Giu, como obsessão, desejo, necessidade de controle, amizade, medos, lealdade e amor.

Uma das coisas mais complexas foi perceber que, assim como a protagonista Elena, ora eu amava, ora odiava alguém (menos as duas você-sabe-quem).

Deixo um lugar de destaque para Eco, a personagem que ficou tanto na minha mente que eu LITERALMENTE sonhei com ela. Assustadoramente apaixonante.

Minhas impressões

“Canção dos Ossos” é uma leitura hipnotizante e envolvente, me fez surtar em cada partezinha da história, mostrando pensamentos até sombrios que existiam em mim (quem diria que eu comemoraria a m0rte de alguém, né?).

É realmente uma experiência literária. e posso dizer que a deixarei classificada como intensamente sombria e inesquecível, o que me fez ficar tão interessada a ponto de devorar esse livro em apenas alguns dias (me desculpa, giu, eu li rápido mesmo, pode escrever mais?).

Uma outra coisa que me deixou apaixonada pela história é o fato de que o narrador é um não confiável, e eu adoro ler e ficar duvidando de tudo na minha cabeça (não que isso faça bem pra minha sanidade mental, mas a parte do meu cérebro que aprecia obras de arte, se divertiu muito).

Os últimos capítulos foram exatamente o que eu esperava, apesar de deduzir para onde a história estava indo, a construção NÃO TIRA O BRILHO em momento algum.

“Canção dos Ossos” é uma obra de dualidades, vários tons e nuances, prepare-se para se ver imersa em um mundo que parece como o nosso, mas que não tem nada igual.

Link da playlist no spotify que eu criei: acesse aqui.

Quer ver um vlog de leitura onde eu compartilho minhas reações como se nós fossemos melhores amigos numa chamada do whatsapp? Então olha aqui:

Espero que tenham gostado dessa resenha! <3

Onde encontrar o livro: Amazon, Livrarias Curitiba e Livraria da Vila.

  • Editora‏ : ‎ Galera; 1ª edição (20 maio 2024)
  • Idioma ‏: ‎ Português
  • Capa comum ‏: ‎ 448 páginas
  • Classificação indicativa: +18
Leave a Comment

Comments

No comments yet. Why don’t you start the discussion?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *